segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um Pouco de Leveza ... =]


















Refém oferece ajuda para a família de bandido

A família da refém Ana Cristina Garrido disse neste domingo que gostaria de ajudar a família do assaltante Sérgio Ferreira Pinto, que na última sexta-feira foi morto pela polícia depois de passar mais de uma hora usando a comerciante como escudo. Pelo telefone, o professor José Garrido, marido de Ana, disse que ficou surpreso quando leu no EXTRA a história do assaltante. Ele revelou que gostaria de usar o Instituto Fábio Garrido (criado em homenagem ao filho Fábio Garrido, morto em 1992) para dar apoio aos familiares do bandido. E conta com o apoio da mulher...

- A gente queria confraternizar com a família dele. Parece que ele tem um filho de três anos. A gente estaria disposto até a ajudar essa família no nosso instituto. Desde que eles no vejam também como pessoas normais. Nós somos trabalhadores, minha filha e minha esposa estavam ali cuidando do nosso negócio. Perdemos um filho, sabemos o que é isso. Ele foi mais uma vítima da sociedade. O que a gente procura é exatamente isso, tirar crianças da deliquência - explicou ele.

Para o professor, mesmo tendo ameaçado a vida de outras pessoas, inclusive a da própria mulher dele, Sérgio também foi uma vítima:

- A minha esposa foi vítima, dentro da nossa concepção. Mas aquele rapaz também foi vítima, ele foi levado à deliquência por conta do nosso modelo de sociedade. Acho que este rapaz é o resultado do desamor, de uma sociedade deturpada, equivocada, com políticos corruptos. O sustentáculo daquele garoto era a avó. Depois da morte dela a família se rompeu - disse ele, agradecendo o fato da mulher ainda estar viva:

- Deus deu tanto para a gente, que não podemos nos furtar de ajudar a quem precisa. Ele ainda deu mais um favor para a gente, na semana passada. Precisamos prestar conta disso. Não custa nada diminuir a dor alheia.
Instituto Fábio Garrido

O Instituto Fábio Garrido foi criado em homenagem ao filho do casal, que morreu aos nove anos vítima de uma leucemia, diagnosticada um mês após bandidos invadirem a casa da família, no Vaz Lobo, e ameaçar a mãe dele com uma arma na cabeça. O instituto funciona em um sítio na comunidade Ilha de Guaratiba e atende 120 crianças. Em obras, pretende ampliar o atendimento para 200 crianças já no Natal. Os meninos e meninas terão atendimento de fisioterapia, ginecológico e pediátrico, três salas de dança, uma de inclusão digital e duas para reforço escolar. Será montado ainda um escritório para atendimento jurídico:
- A dificuldade de conseguir emprego muitas vezes leva os jovens para o crime. Vamos oferecer oportunidades para esses jovens e tentar incluí-los no mercado de trabalho - explica Garrido.
"Isso sim é motivo de comemoração" \o/

domingo, 27 de setembro de 2009

Triste Final Feliz...














Todos comemoram o sucesso do desastre.. A polícia é parabenizada dessa vez, sentimos orgulho e nosso senso de justiça finalmente foi saciado.


No momento certo, um tiro bem dado, como nos filmes de Hollywood. Uma vida salva, outra tirada. Reportagens e mais reportagens sobre o treinamento da polícia, o alívio de quem vive e o ouro a quem deu fim a momentos de tensão.


Anos atrás foi diferente, lá no 174... daquela vez a policia era despreparada e um inocente morreu. Mas não, não dessa vez. O bandido está no seu merecido lugar de onde nunca deveria ter saído, menos um bandido no Rio! Palmas para a Polícia que se exibe, palmas para a nossa tão sonhada justiça que foi feita, palmas para a nossa violência.


Que se traduz em cada ato nosso no dia a dia. No bom dia não retribuído, no sorriso rejeitado, na fila do pão, nas nossas escolhas e nos aplausos que damos para a morte, desde que essa seja a morte de quem merece, como se soubéssemos quem é digno ou não da vida.


Pra que pensar em quem se foi e principalmente na vida de quem se foi. Ele não era ninguém, não era justo, não era honesto, não tinha sentimento, era apenas um monstro ... sabe lá se tinha mãe, amigos, sabe lá se tem história... Que diferença faz? Eu nem o conheço, foi tarde.


Não importa a cena mostrada exaustivamente em qualquer horário onde crianças veem e dizem: "Eu quero ser polícia!" não pra manter a paz e sim pra dar um tiro daqueles, certeiro... enquanto sem perceber a violência e o ódio já tomaram seu coração.


O que importa é que estamos felizes por celebrar não a justiça e sim a morte, pois a prisão não reabilita e logo logo nascem mais como ele, sem história, sem causa, sem propósito, sem mérito, sem direito, sem sentimento, vida ou importância, será apenas mais um merecedor de uma morte que nos deixe orgulhosos.


Quem se foi não nos importa. O que importa é que a justiça foi feita, e a sociedade está feliz.


Todos? ...