domingo, 27 de setembro de 2009

Triste Final Feliz...














Todos comemoram o sucesso do desastre.. A polícia é parabenizada dessa vez, sentimos orgulho e nosso senso de justiça finalmente foi saciado.


No momento certo, um tiro bem dado, como nos filmes de Hollywood. Uma vida salva, outra tirada. Reportagens e mais reportagens sobre o treinamento da polícia, o alívio de quem vive e o ouro a quem deu fim a momentos de tensão.


Anos atrás foi diferente, lá no 174... daquela vez a policia era despreparada e um inocente morreu. Mas não, não dessa vez. O bandido está no seu merecido lugar de onde nunca deveria ter saído, menos um bandido no Rio! Palmas para a Polícia que se exibe, palmas para a nossa tão sonhada justiça que foi feita, palmas para a nossa violência.


Que se traduz em cada ato nosso no dia a dia. No bom dia não retribuído, no sorriso rejeitado, na fila do pão, nas nossas escolhas e nos aplausos que damos para a morte, desde que essa seja a morte de quem merece, como se soubéssemos quem é digno ou não da vida.


Pra que pensar em quem se foi e principalmente na vida de quem se foi. Ele não era ninguém, não era justo, não era honesto, não tinha sentimento, era apenas um monstro ... sabe lá se tinha mãe, amigos, sabe lá se tem história... Que diferença faz? Eu nem o conheço, foi tarde.


Não importa a cena mostrada exaustivamente em qualquer horário onde crianças veem e dizem: "Eu quero ser polícia!" não pra manter a paz e sim pra dar um tiro daqueles, certeiro... enquanto sem perceber a violência e o ódio já tomaram seu coração.


O que importa é que estamos felizes por celebrar não a justiça e sim a morte, pois a prisão não reabilita e logo logo nascem mais como ele, sem história, sem causa, sem propósito, sem mérito, sem direito, sem sentimento, vida ou importância, será apenas mais um merecedor de uma morte que nos deixe orgulhosos.


Quem se foi não nos importa. O que importa é que a justiça foi feita, e a sociedade está feliz.


Todos? ...

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